quarta-feira, 6 de abril de 2011

Qual a sua experiência?”

Ja fiz cosquinha na minha mãe só para ela parar de chorar, já me queimei brincando com vela, eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto, já conversei com o espelho e até brinquei de ser bruxa.
Já quis ser médica, atriz, jornalista, pára-quedista e diretora teatral. Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés para fora. Já passei trote por telefone, já tomei banho de chuva e acabei me viciando. Já liguei pra alguém pelo simples prazer de ouvir uma voz.
Já roubei beijo. Já confundi sentimentos. Já amei e fui amada.
Peguei atalho errado e continuo andei um bom tempo pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de brigadeiro. Já chorei ouvindo musica no ônibus. Já peguei ônibus errado.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que essas são as mais difíceis de esquecer.
Já subi em árvore, já soltei pipa e joguei bola. Já escrevi na mesa da escola. Já caí da escada de bunda. Já fiz o corrimão de escorrega. Já apertei todos os botões do elevador.
Já fiz juras eternas. Já chorei sentada no chão do banheiro. Já corri para não deixar alguém chorando (e já correram por mim também). Já fiquei sozinha no meio de mil pessoas, sentindo falta de uma só.
Já senti medo do escuro. Já tremi de nervoso. Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar. Já quase morri de amor, mas renasci novamente para ver o sorriso de alguém especial. Já machuquei quem amo. Já bati a porta pra demonstrar que tava com raiva.
Já senti como se alguns dias fossem os melhores da minha vida. Já dancei até não aguentar mais.Já me senti a pessoa mais feliz do mundo só por estar com alguém. Já reuni amigos na praia de madrugada só pra cantar e conversar. Já apostei em correr descalça na rua. Já brinquei de escorregar no sabão.
Já gritei de felicidade e por simples vontade de gritar. Já roubei flores num enorme jardim. Já me apaixonei e achei que era pra sempre, mas sempre era um “pra sempre” pela metade. Já deixei de acreditar em alguém e me arrependi. Já me encantei por pessoas sem terem feito nada. Já subi em um palco e me apresentei para mais de 500 pessoas. Já recebi declaração na frente de muita gente. Já deitei na areia de madrugada e vi a lua virar sol. Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos e a vida é mesmo um ir e vir sem razões.

Foram tantas coisas feitas, momentos fotografados pelas lentes da emoção, guardados num baú chamado coração!

E agora as pessoas me interrogam, me encostam na parede e gritam: “Qual a sua experiência?” essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência...experiência...será que ser “plantadora de sorrisos” é uma boa experiência!?
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: experiência? Quem a tem? Se a todo momento tudo se renova!

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